PCEs mais caros

PL que obriga escolta em transporte de armas e munições pode ser pautado na CCJ

Texto obriga fabricantes, distribuidores e lojas a ter escolta armada desde a origem até o destinatário final, independente do volume da carga

Texto do deputado Major Vitor Hugo (PL-GO) obriga escolta armada em transporte de PCE para empresas do setor de armas (divulgação/Combate)
Texto do deputado Major Vitor Hugo (PL-GO) obriga escolta armada em transporte de PCE para empresas do setor de armas (divulgação/Combate)

Um PL (Projeto de Lei) que obriga fabricantes, distribuidores e varejistas de armas de fogo e munições a ter escolta armada, pode ser pautado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados nas próximas semanas, segundo apuração do THE GUN TRADE.

O texto (íntegra), de autoria do ex-deputado Major Vitor Hugo (PL – GO), segue parado na CCJ, à espera de um relator.

Deputados da comissão de segurança estariam tentando avançar o PL na CCJ neste momento, de acordo com pessoas a par do assunto.

Armas e munições mais caras

Se for aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula, texto elevaria o valor de armas e munições a todos envolvidos na indústria: distribuidores, varejistas e consumidores finais, segundo pessoas que trabalham no setor ouvidas pela reportagem.

Elas afirmam que a inclusão de uma escolta armada para qualquer transporte de PCE (Produtos Controlados pelo Exército) no mínimo dobraria o custo dos fretes do setor.

Segundo um executivo que atua nessa área, o custo dos produtos poderia aumentar de 10% a 15% para o consumidor final, embora ainda seja difícil obter uma estimativa precisa de todo o impacto fiscal.

Essa mesma fonte afirma que hoje as empresas de armas e munições já utilizam escolta armada para cargas de grandes volumes (a partir de 30 armas e/ou 50 mil munições), o que já seria previsto no contrato das próprias transportadoras.

Texto inclui atacado e varejo de armas

Um item do projeto obriga que “estabelecimentos, fabricantes, distribuidores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores, que comercializam armamentos e munições” tenham escola armada “desde a origem até o destinatário final”.

O texto prevê ainda a exigência de uma “cabine blindada com permanência ininterrupta de
vigilantes durante todo o trajeto até a efetiva entrega da mercadoria” e de “artefatos que retardem a ação dos criminosos, permitindo sua perseguição, identificação ou captura”.