O ministro da Defesa, José Múcio, deve deixar o governo em breve, de acordo com publicações da imprensa. Sua saída pode atrapalhar futuros diálogos do setor de armas e munições com o governo Lula sobre a liberação do calibre 9mm.
De acordo com as reportagens, Múcio, com 76 anos, quer descansar e cuidar de sua família.
Segundo apuração do THE GUN TRADE com agentes políticos e empresariais, ouvidos nos últimos meses, Múcio é favorável ao ingresso do calibre 9mm nos calibres permitidos para os CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores).
O ministro tem um bom entendimento técnico do assunto e chegou a auxiliar no diálogo entre membros do governo e congressistas pela manutenção legal do calibre e outros assuntos relacionados ao setor de armas.
Hoje, a principal resistência para a liberação do 9mm vem do Ministério da Justiça. Com sua eventual saída, no entanto, a pasta da Defesa pode ser um novo obstáculo.
Liberação do 9mm é um dos principais pleitos de fabricantes internacionais
A pauta é cara a importadores e fabricantes do setor, especialmente no caso das empresas estrangeiras, cujo portfólio conta com um grande protagonismo do 9mm, um dos calibres mais populares do mundo.
Essas fabricantes hoje estão praticamente impedidas de atuar no Brasil, com as novas regras impondo novos limites sobre as armas utilizadas por CACs. Algumas estão adaptando plataformas para o .380 ACP.
No mercado de pistolas —hoje, o maior do segmento no país, de acordo com levantamento feito pelo editor-chefe deste THE GUN TRADE no portal Money Times— o calibre permitido mais potente hoje disponível categoria é o .38 TPC (Taurus Pistol Caliber), hoje oferecido exclusivamente pela Taurus, que desenvolveu a nova munição.
Com apenas CACs no nível 3 e os novos ‘atletas alto rendimento’ tendo acesso a equipamentos restritos, muitos players globais do setor de armas que estavam prestes a desembarcar no país adiaram suas operações.