O lançamento de um novo calibre no Brasil, pela Taurus Armas, suscitou uma grande dúvida entre o público consumidor, especialmente os CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores): Como fica a recarga do .38 TPC (Taurus Pistol Caliber)?
Segundo a Recarga Club, empresa que vende insumos e prensa de recargas, fabricantes americanos foram contatados pela companhia e vão produzir dies no novo calibre. Eles devem chegar ao Brasil nos próximos meses.
A afirmação está num artigo publicado no site da empresa, em que o advogado especialista em Legislação de Recarga de Munições e Regulamentações Associadas, Diogo Machado, discorre sobre a nova munição e afirma que dies de 9mm são totalmente compatíveis com o .38 TPC, para recarga, pela similaridade da nova munição com o tradicional 9mm Luger.
No entanto, quem adquirir um arma no calibre .38 TPC só pode adquirir uma prensa nesse calibre, e não em 9mm, de acordo com a legislação. Por isso, a empresa importou as novas matrizes.
Novos dies devem chegar ao Brasil em breve
Segundo a empresa, que publicou o artigo em 23 de junho, “os primeiros embarques” das matizes” ocorreriam em aproximadamente 90 dias” —portanto, em 23 de setembro.
A Recarga Club afirma ainda que os fabricantes americanos “estão prontos para comercializar o produto” e que a estimativa foi feita para gerar demanda. “Se você ainda não comprou uma arma no calibre 38 TPC e está preocupado com a possibilidade de ficar sem poder recarregar, fique tranquilo”, afirma a companhia.
Compatibilidade total com 9mm, diz especialista
Segundo Machado, o .38 TPC pertence “à família 9mm”, também composta pelos calibres 380 ACP, 9mm Luger, 38 Super, 38 Spl e 357 Magnum. “Embora esses calibres não tenham exatamente o mesmo diâmetro, todos possuem aproximadamente 9mm ou 0,354331 polegadas”, diz.
“A grande vantagem do 38 TPC está em sua compatibilidade. As matrizes e muitos dos componentes usados para o 9mm Luger também funcionam perfeitamente para o 38 TPC”, afirma.
O especialista afirma que as matizes de recarga em 9mm são “totalmente compatíveis” com o novo calibre. Veja ponto a ponto:
- Matriz de despoletamento e calibração. “A primeira matriz de recarga tem como objetivo principal restaurar as dimensões originais do estojo, calibrando a parte externa desde a boca até a base”, diz. Segundo ele, devido às semelhanças dimensionais entre os calibres, a primeira matriz pode ser utilizada para o 38 TPC”, diz;
- Matriz de abertura do projétil. “Utilizada para abrir a boca do estojo e prepará-lo para acomodar o projétil, apresenta uma diferença de apenas 0,03 mm, o que equivale a 0,001 polegadas. Essa diferença na calibração de uma matriz é desprezível, pois a abertura da boca é ajustada empiricamente pelo operador, que a abre o mínimo necessário para acomodar o projétil”;
- Matriz de cimpragem: “Responsável pelo assentamento e crimpagem do projétil, realiza duas funções: empurrar o projétil para dentro do estojo e, em seguida, fazer a dobra (taper crimp), que é ajustada empiricamente pelo operador. Esse ajuste é causado por um relevo dentro da matriz. Devido à semelhança no diâmetro, é possível afirmar que a mesma matriz do 9mm Luger será utilizada para assentar e crimpar o estojo do 38 TPC”.
Insumos seguem mesma regra
Em relação aos insumos usados na recarga, três deles, à exceção do cartucho, são exatamente os mesmos usados para 9mm, segundo Machado.
Os projéteis são os mesmos. “São idênticos aos do 9mm Luger. Isso significa que você pode usar projéteis com diâmetro de 0,355 polegadas para os jaquetados e 0,356 polegadas para os de chumbo pintados. Além disso, os pesos dos projéteis são os mesmos, como por exemplo, 115, 124 ou 130 grains, proporcionando flexibilidade na recarga”, diz.
Sobre a pólvora, a recomendada é a de queima rápida, enfatizando que os atuais modelos do novo calibre (G2C e GX4) possuem canos curtos. Ele cita como exemplo de uso a 219 e a 217 da CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos).
E no campo das espoletas, o .38 TPC usa as tradicionais small pistol.