Licitação bilionária

Taurus conclui testes em megalicitação de fuzis na Índia; "Extraordinariamente bem", diz CEO

Empresa pode faturar de US$ 340 milhões a US$ 380 milhões com o contrato, que tem cinco anos de duração

O fuzil da Taurus na Índia
O fuzil da joint-venture da Taurus na Índia obteve uma boa performance nos testes indianos (divulgação/JD Taurus)

A Taurus terminou todos os testes de seu fuzil T4 na bilionária licitação do governo da Índia, informou o CEO da empresa, Salesio Nuhs, durante o Investor Day da companhia, realizado em São Paulo na última semana.

A companhia disputa, através sua joint-venture local com a Jindal Defence —JD Taurus, um contrato para a compra de 425 mil fuzis pelo exército indiano. Outras cinco fabricantes de armas também participam.

Teste final nos Himalaias

De acordo com o CEO, a Taurus enviou uma equipe para o país, a fim de acompanhar os testes de inverno, realizados nos Himalaias, cordilheira que envolve a China, Índia, Nepal e Butão, e que é mundialmente conhecida por ter o ponto mais alto do mundo: o Everest.

É naquela região que foram feitos testes com o fuzil da Taurus e dos outros cinco participantes, a fim de testar os equipamentos em temperaturas baixíssimas. Segundo Salesio, o T4 foi ‘extraordinariamente bem‘ nos testes, e a empresa está otimista com os resultados.

Contrato: ‘de US$ 340 milhões a US$ 380 milhões’

O resultado é esperado para o primeiro semestre de 2025, e pode mudar o jogo para a Taurus.

Segundo Sergio Sgrillo, CFO da companhia, a estimativa de faturamento, caso a Taurus vença a licitação de fuzil na Índia, é de algo entre US$ 340 milhões a US$ 380 milhões de dólares (R$ 2 bi a R$ 2,2 bilhões, na cotação atual de US$ 1 = R$ 6), pelo contrato de cinco anos, o que alteraria substancialmente o valuation da companhia, que hoje vale R$ 1,2 bilhão na bolsa brasileira.

A empresa vencedora do contrato ainda pode optar por fornecer apenas 60% das armas, deixando o restante para o segundo colocado.

Segundo disse Salesio ao THE GUN TRADE, com a atual alta demanda global por armas leves, por conta dos diversos conflitos ao redor do globo, alguns dos participantes do pleito podem não optar por fornecer 100% do pedido.

O fuzil Taurus na configuração exigida pela licitação, voltado para CQB (Close-Quartes Battle) (reprodução/JD Taurus)