Primeira do Brasil no tiro paralímpico

Atleta brasileiro do tiro esportivo leva medalha de prata nas Paralímpiadas

Alexandre Galgani conquistou a primeira medalha do Brasil no tiro esportivo em Jogos Paralímpicos, na prova de carabina de ar deitado 10m

Alexandre Galgani conquistou a medalha de prata nas Paralímpiadas de Paris 2024 (reprodução/CPB)
Alexandre Galgani conquistou a medalha de prata nas Paralímpiadas de Paris 2024 (reprodução/CPB)

O brasileiro Alexandre Augusto Galgani conquistou a primeira medalha do Brasil no tiro esportivo em Jogos Paralímpicos de Paris 2024.

No último domingo (1), o atleta obteve a medalha de prata na prova carabina de ar deitado 10m SH2 misto (classificação para atletas com deficiência nos membros superiores, em modalidade que inclui homens e mulheres).

Ele disputou a prova ponto a ponto contra o francês Tanguy de La Forest, mas foi superado por 255.5 a 254.2. O outro atleta brasileiro, Bruno Kiefer, terminou na 35ª colocação.

Galgani faz parte do Team TAURUS CBC, equipe de atletas patrocinados pelas fabricantes de armas Taurus e CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos). “Com essa vitória nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024, Galgani entra para a história do esporte. É um orgulho para o Brasil. Estamos muito felizes com a sua conquista e em fazer parte, como apoiadores, da sua trajetória de sucesso”, diz Salesio Nuhs, CEO Global da Taurus, em nota enviada pela empresa.

Atleta pode ganhar mais uma medalha em nova prova

Alexandre Galgani vai competir também na prova R9 carabina .22 LR de 50m deitado, que será realizada no dia 4 de setembro, próxima quarta-feira, às 7h30.

Com 41 anos, o atleta de Americana (SP) participa pela terceira vez das Olimpíadas. Ele também conquistou, no ano passado, duas medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile: uma de prata na categoria rifle 10m e uma de ouro na carabina 50m.

Ele também obteve uma medalha de bronze no Mundial de Tiro Esportivo de Lima, no Peru, no ano passado, na prova carabina de ar 10m, posição em pé.

Aos 41 anos, o atleta de Americana (SP), está disputando pela terceira vez as Olimpíadas. O atirador participou em Rio-2016 e Tóquio-2020, onde havia obtido até então seu melhor resultado: o décimo lugar na prova R5 (a mesma prova que agora conquistou o 2º lugar em Paris-2024).

Atleta perdeu movimentos aos 18 anos, e foi incentivado pelo pai a entrar no tiro esportivo

Alexandre Galgani perdeu parte dos movimentos dos membros em 2002, aos 18 anos, após bater a cabeça no fundo de uma piscina e lesionar sua coluna. 

Foi com fisioterapia e apoio da família, Galgani conseguiu, aos poucos, retomar as atividades, e sua jornada no tiro esportivo começou em 2013, após incentivo de seu pai.

Segundo comunicado da Taurus, o atleta começou a praticar por hobby no Clube Americanense de Tiro, na cidade de Americana (SP). Um frequentador do clube o elogiou e o incentivou a tentar participar de competições, pois atirava muito bem.

Com o apoio do seu pai, Galgani buscou informações sobre o tiro esportivo adaptado. James Lowry Neto, treinador de carabina do Comitê Paralímpico Brasileiro, lhe apresentou em Curitiba uma adaptação utilizada por um atirador que ele treinava. Galgani tirou fotos do modelo da adaptação, montou a sua própria versão do equipamento e se dedicou a treinar ainda mais.

O pai de atleta acabou falecendo, em 2014, por um problema no coração durante uma competição, antes de sua primeira participação em Olimpíada. Mas Galgani havia lhe prometido ser campeão mundial e paralímpico. E é para ele que dedica a inédita medalha brasileira conquistada neste domingo.